Barrão assina arte do Rio Open 2023

Esporte e arte se misturam no Rio Open 2023. Além de grandes atletas de todo mundo, o torneio, que é o maior da América do Sul e o único ATP 500 no Brasil, conta também com artistas renomados que proporcionam ainda mais beleza e entretenimento ao evento. Nesta edição, o artista plástico carioca Barrão será o responsável pela arte que ilustra o pôster e outros produtos exclusivas do evento. A peça também é exibida durante todos os dias da competição, que acontece entre os dias 18 e 26 de fevereiro, no Jockey Club Brasileiro, no Rio de Janeiro.

Reconhecido pelo trabalho de bricolagem, com o reaproveitamento de objetos do cotidiano, como eletrodomésticos, brinquedos e louças que se transformam em esculturas de objetos ao passarem por suas mãos, Barrão promete surpreender com o seu talento. Para a arte da nona edição do Rio Open, se inspirou na sua série de trabalho em que utilizou carimbos encontrados numa feira antiga e que se transformaram em verdadeiras obras sobre o papel.

Segundo Barrão, a ideia para esta criação era buscar algo que realmente tivesse conexão com o esporte. “Adoro tênis e fiz aulas por bastante tempo. Acho o torneio incrível por podermos ver partidas de tão alto nível de perto e fiquei muito feliz com o convite. De cara, para este trabalho, pensei nos carimbos sobre papel que, de forma lúdica, remetem às marcas que a bola de tênis deixa no saibro e criam registros que permitem os jogadores verificarem se foi dentro ou fora”, diz.

A partir deste conceito, o artista elaborou desenhos da bola de tênis aproveitando seus diferentes ângulos, colas e texturas, e desenvolveu nove carimbos. “Com a repetição destes carimbos no papel e usando e impressões amarelas da cor das bolas de tênis, cheguei a um resultado que apresenta um registo de uma jogada imaginária, vestígios de uma disputa que talvez ainda não tenha acontecido, a memória de uma bola carimbada na quadra. Fiquei muito satisfeito com o resultado, que apresenta a dinâmica do jogo de uma forma livre e lúdica, e espero que o público goste”, afirma o artista plástico Barrão.

Curador do evento desde 2017, Rafael Lacerda conta sobre a sinergia do artista com o esporte. “Uma honra contar com o Barrão nessa edição, além de ser um dos artistas contemporâneos mais relevantes do país, ele é um amante do tênis! A arte do pôster ficou incrível, agora estamos na contagem regressiva para que todo o público possa apreciar de perto o trabalho dele, tanto nas obras que estarão expostas no torneio quanto nos produtos oficiais do evento”, diz.

A obra original de Barrão estará estampada no pôster oficial do torneio e nos produtos personalizados do evento disponíveis na La Boutique, como camisas e moleskines. Assim como ele, outros grandes artistas passaram pelo Rio Open e deixaram suas marcas no torneio, como Daniel Azulay, Carlos Vergara, José Bechara, Raul Mourão, Toz e Maxwell Alexandre.

“A arte é um elemento que faz parte da essência do Rio Open. O cartaz do evento é uma atração à parte nos principais torneios do circuito mundial. Desde 2015, convidamos importantes nomes da arte contemporânea brasileira para assinar o pôster oficial. O trabalho do Barrão é referência no país e nossa proposta foi traduzir na arte de 2023 a energia do torneio. E a obra dele trouxe exatamente isso, o movimento, a ação e vibração das quadras”, comenta Marcia Casz, diretora geral do Rio Open.

Barrão

Nasceu no Rio de Janeiro, em 1959. Cursou a Escola de Artes Visuais do Parque Lage no início dos anos 1980, mas pode ser considerado um autodidata, pois desde o início da sua carreira teve forte envolvimento prático e experimental com os meios que trabalha. Fez parte do Grupo Seis Mãos com Ricardo Basbaum e Alexandre Dacosta, desenvolvendo atividades com vídeo, pinturas ao vivo, shows musicais e performances. Em meados da década de 1990 criou, em parceria com Luiz Zerbini e Sergio Mekler, o Chelpa Ferro, coletivo que opera no limite entre a instalação, o vídeo e a escultura, sempre relacionados à pesquisa de som experimental. Participou de mostras em instituições como Paço Imperial, Centro Cultural Banco do Brasil, Centro Cultural Santander, Museu de Arte Moderna de São Paulo e Rio e no The Aldrich Contenporary Art Museum, em Ridgefield, USA, Caloustico Gulbenkian em Lisboa.

Sua obra orienta-se pela lógica da bricolagem: trata-se do reaproveitamento de objetos do cotidiano, como eletrodomésticos, brinquedos e louças, formando esculturas de objetos agrupados e emendados. Nesse agrupamento proporciona um alargamento de nossa relação com as coisas – uma interação fantástica e criadora. Com uma abordagem intuitiva e improvisada, transforma objetos do nosso cotidiano, concedendo caráter único àquilo que tem origem na produção de massa. Com procedimentos semelhantes trabalha com a música – destruindo e reconstruindo instrumentos e componentes eletrônicos, realizando colagens com diferentes sons. As múltiplas facetas da obra de Barrão não produzem antagonismo ou divisão, mas tonalidades afetivas e tempos distintos e complementares.